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Eco, publicou um novo 'policial-histórico',
a que chamou
Il Cimitero di Praga, a trama
política ao longo do século xix,
a "teoria da conspiração"
ao rubro, digladiando
entre si, carbonários,
maçons, jesuítas
e católicos,
ante-câmara onde teriam sido forjados
os famosos
Protocolos dos Sábios do Sião.
Numa mescla muito própria, Umberto Eco
mistura a história e a literatura,
a realidade e a ficção, num enredo de distância
crítica que, sob a capa de um aparente cepticismo,
vai destilando uma crença genuína e envergonhada
na cabala da "Forma Universal de Conluio",
onde o "povo eleito" acabará por
'administrar' o mundo inteiro!
Em boa verdade, não gostei :(
Sem dúvida, U. Eco é habilidoso
e tem talento, mas a trama
apresenta uma linearidade
algo infantil, embora
obscura.
E não gosto de ver misturada a História
com fantasias conspirativas e manias
de perseguição.
Pode bem dar-se que hajam muitas
sociedades secretas que almejam
fins de interesse pessoal
ou mesmo de interesse
universal e civilizacional.
No entanto, aprecio mais
ler o transcurso histórico
de um ou alguns séculos,
segundo a interacção intelectual e objectiva
do homem colectivo com a natureza
— em que se insere e de que depende —,
e não só pela rivalidade entre estados,
sociedades e classes sociais
em que a humanidade
se pluraliza.