janeiro 19, 2015

Across the Universe - Fiona Apple with lyrics



"Across The Universe"

Words are flowing out like endless rain into a paper cup
They slither wildly as they slip away across the universe
Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my opened mind
Possessing and caressing me
Jai Guru Deva OM

Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world

Images of broken light which dance before me like a million eyes
They call me on and on across the universe
Thoughts meander like a restless wind inside a letter box
They tumble blindly as they make their way across the universe
Jai Guru Deva OM

Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world

Sounds of laughter, shades of life are ringing through my open ears
Inciting and inviting me
Limitless undying love which shines around me like a million suns
It calls me on and on, across the universe
Jai Guru Deva OM

Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world

Jai Guru Deva
Jai Guru Deva
Jai Guru Deva
Jai Guru Deva
Jai Guru Deva [fade out]




janeiro 15, 2015

LÍRIO

Seda da pétala roxa em dimensão menor
do que acurva frontal no mundo
............................................................................. diminuto
com a permanente ilusão de que o Universo
é magnânimo. Para exprimir a grandeza
e a intenção de cada sentimento utilizo
cristais do estame sedas da circunvolução
............................................................................................. roxa
vacuidade do cálice o dístico lírio.


Para a clareza absoluta tudo e nada
eram uma forma de convenção e de verdade.
Uma expressão verídica os portões do Universo
a abrirem com a voz toante
que me descreve a ficção. O setinoso tom
a forma doce do grande acorde do eco
............................................................................sobre o vau
completavam o prazer do silêncio pessoal.

Fiama Hasse Pais Brandão, Obra Breve,
Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p.222

janeiro 14, 2015

Quiero - Salvatore Adamo



Quiero la luna que ilumina
Tu silueta al caminar
Con paso de bailarina
Tú la sigues sin mirar

Quiero que vengas cariñosa
Y me habrás besado al llegar
Cuando te sientes tan dichosa
Y te ríes al besar

Quiero la calma de la tarde
Cuando ya empieza a anochecer
Es el crepúsculo que arde
Como arde mi querer

Quiero que tu mano me guíe
Si estoy en la oscuridad
Y mi corazón sonríe
Lleno de felicidad

Quiero tus ojos color de bruma
Que a veces veo en mi soñar
Son como un manto de dulzura
Que me viene a despertar





Annabela Sciorra

janeiro 13, 2015


EPÍSTOLA  PARA  UM  BANDOLIM 
SEMPRE  EM  CIMA  DE  UMA  MESA

Não sabes onde está a tua alma eterna hoje
porque te deixei mudo e imóvel, sem os dedos
de alguém ignoto, um dia, que te possuiu
e ao teu etéreo dom. Perguntas-me se estarás
para sempre ali, e eu digo: não estarei para sempre.
Podes sonhar com a melodia antiga ainda,
que trocaste com o demo pelo teu silêncio aqui,
pois estas mãos apenas imitam o teu som subtil,
por erro e por defeito, nas palavras destes versos.


Fiama Hasse Pais Brandão, Obra Breve,
Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p.596

janeiro 11, 2015


VIVENDA

Na tarde, o calceteiro bate no granito.
Na noite, o mocho pia no silêncio.
E, além destes ruídos, a água
escoa do cano velho da bica.
Nos meus ouvidos, a minha vida
reparte-se entre outrora e isto.
Entre um ruído e outro, no centro
dos sons revivo. Mas não terei
de conhecer o que uma vez vivi
nem o que abandono. Sou livre
para a traição e o esquecimento
quando aqui estou.

Fiama Hasse Pais Brandão, Obra Breve,
Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p.625-26.





janeiro 09, 2015


OS GROUS?

As viagens separam-nos do passado.
Se apenas viajássemos como grous,
sem reconhecer as nações debaixo da quilha do nosso esterno,
se não trocássemos os idiomas e as unhas
com os habitantes das novas geografias,
seríamos nós. Porque o idioma
é fechado e insondável em cada criatura,
porque cada nação é o berço de uma língua
e os meus poemas noutra língua não são meus.
Quando viajamos no mundo não sabemos quem fomos.

Fiama Hasse Pais Brandão, Obra Breve,
Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p.625

janeiro 07, 2015


UM  CANTO  MUDO

Guardam-me, de dia, um só melro,
de noite um só grilo. O melro
suspende nos ramos o sulco do seu canto,
um assobio contínuo e descontínuo
que de repente cai, se me ouve os passos
roçarem entre as pedras e as plantas,
no meu chão. O grilo, esse,
vizinho sazonal da minha porta,
parente que vive na soleira
num torrão de terra seco e verde,
quando range numa frincha o vento
ou se balançam as sardinheiras da entrada,
corta o seu fio de sons, o movimento eufórico,
e avisa-me da vida ou morte, pelo silêncio.

Ambos desfrutam a Terra ao pé de mim,
festivos se estou quieta,
ou se o microcosmos comigo se conforma.
Se eu ando incerta ou se o condutor das almas
me força o meu cubículo
no centro da clareira, o melro ou o grilo
chamam-me calando-se.
Porque cantam sem pensarem no seu canto
e conhecem dos meus nomes o mais eterno.


Fiama Hasse Pais Brandão, Obra Breve,
Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p.630-31.


:)

janeiro 03, 2015

DO  OUTONO  II

Sem vento, a minha voz secou
aqui, neste parque de cedros quietos.
 

Tudo é como ontem era, mas a minha
voz, na minha face, calou-se,
porque só o vento me trazia a fala,
vinda de algures, com notícias de alguém,
indo para além, para outros ouvidos, num país.

Fiama Hasse Pais Brandão, Obra Breve,
Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p.712

janeiro 01, 2015

DA  FIGURA  DAS  COISAS

Hoje, os vendavais
que dão novos ângulos
à figueira nua de folhas,
cujos troncos se desencontram
como riscos feitos no azul
pelo Deus ignoto,
começaram, ou recomeçaram,
o que é o mesmo,
porque ano após ano,
o deus risca nos céus
traços diversos únicos.


Fiama Hasse Pais Brandão, Obra Breve,
Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p.714