EPÍSTOLA PARA UM BANDOLIM
SEMPRE EM CIMA DE UMA MESA
Não sabes onde está a tua alma eterna hoje
porque te deixei mudo e imóvel, sem os dedos
de alguém ignoto, um dia, que te possuiu
e ao teu etéreo dom. Perguntas-me se estarás
para sempre ali, e eu digo: não estarei para sempre.
Podes sonhar com a melodia antiga ainda,
que trocaste com o demo pelo teu silêncio aqui,
pois estas mãos apenas imitam o teu som subtil,
por erro e por defeito, nas palavras destes versos.
Fiama Hasse Pais Brandão, Obra Breve,
Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p.596
Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p.596
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