novembro 30, 2011






[Schopenhauer e a Democracia]

«O intelecto é uma grandeza de intensidade,
não uma grandeza de extensão, por isso,
a esse respeito, pode-se sem dúvida
pegar em dez mil tolos e não
conseguir formar
um único
sábio.»

Arthur Schopenhauer, Aforismos,
Public. Europa-América, Colecção
Livros de Bolso nº 605, Lisboa, 1998, p. 16

novembro 24, 2011



«Faz, Senhor, que a soberba deste homem
seja cortada com a sua própria espada; seja ele
preso ao laço dos seus olhos, fixos sobre mim;
fere-o com as doces palavras dos meus lábios.

Dá firmeza ao meu coração para eu o desprezar, e
fortaleza para o perder. Ganhará o teu nome uma
glória memorável, se a mão de uma mulher o derrubar.

O teu poder, Senhor, não está na multidão,
nem tu te comprazes na força dos cavalos;
nunca te agradaram os soberbos, mas
sempre te agradou a súplica dos
humildes e dos mansos.»

Judit, 9, 12—16

novembro 19, 2011





«Toda a aquisição de saber autêntico significa um alargamento do nosso Eu. ( )
Na contemplação, [ ] de onde nós partimos é do Não-Eu, e
é por intermédio da grandeza deste que se logra ampliar os confins do Eu;

( ) O conhecer, em suma, é uma forma da união do Não-Eu e do Eu;
( ) O livre intelecto deverá enxergar assim como Deus poderia ver: -
sem aqui, nem agora; sem esperança e sem medo;
isento das crenças costumeiras e dos preconceitos tradicionais
(...)
O espírito que se habituou, na contemplação filosófica, a ser livre e equânime,
algo trará dessa imparcialidade livre para o mundo da acção e da emoção.

A contemplação amplifica por esta forma,
além dos objectos do pensamento,
também os objectos da nossa acção,
e outrossim os objectos do nosso afecto;
de nós faz ela cidadãos do universo,
e não somente de uma cidade murada,
em estado de guerra com tudo o mais. »


Bertrand Russell, Os problemas da filosofia

novembro 17, 2011



«[ ] Todo o mundo se transformou na aldeia global da informação
simultânea, como o consequente aparecimento de uma engenharia
social que molda uma opinião pública mundializada [ ].
O homem massa transformou-se em audiência,
em consumidor, em vítima potencial
de novas armas de destruição
massiça.

Com a transmissão de dados à velocidade da luz,
com a banalização dos satélites de telecomunicações,
grupos poderosos como Estados tratam a informação.
[ ] São agências globais de informação audiovisual [ ].

[ ]

Não será que a guerra não passa da continuação da política
por outros meios e vice-versa? O comércio como o substituto
da guerra ou aquilo com que se faz o comércio é aquilo com que
se faz a guerra?

Qual a fronteira que separa a informação da propaganda,
a comunicação da acção psicológica? Não será
que a informação-espectáculo do poder
mediático nos faz viver em regime
de realidade virtual?»

Bem Comum dos Portugueses, Jorge Braga de Macedo,
José Adelino Maltez, Mendo Castro Henriques,
Lisboa, Vega, 1999, p.202-3

novembro 15, 2011



»Vivemos num tempo de vertiginosa aceleração dos acontecimentos
globais que a hiperinformação efemeriza. E as lentes utilizadas pelos
analistas do curto prazo, descrevendo, com os mais pormenorizados
zooms das reportagens directas, as árvores da nossa floresta, quando
não a casca ou um pedaço de folha, não nos têm deixado perspectivar
a própria floresta.»

Bem Comum dos Portugueses, Jorge Braga de Macedo,
José Adelino Maltez, Mendo Castro Henriques,
Lisboa, Vega, 1999, p. 199

novembro 13, 2011



.................... «O Rei Vai Nú»

novembro 12, 2011








......... € 0.09 (noves fora nada)




novembro 11, 2011



«O político português [anos 90], ainda preocupado em demarcar-se dos consensos implícitos ou forçados do tempo da ditadura [Salazar-Caetano], adora reivindicar hoje [1999] aquilo que nem nos «amanhãs que cantam» poderá obter. Esta incultura cívica não é contudo apanágio dos políticos eleitos a nível local e nacional. Pelo contrário, afirmou-se também nas ocupações mais sujeitas à falta de participação e à censura no regime anterior. Estão seguramente nessas condições jornalistas e sindicalistas, classes que mais tempo conseguiram [já não conseguem] uma imagem de abertura e responsabilização democráticas, mantendo contudo práticas corporativas [agora (2011), só prosseguidas por magistrados judiciais, polícias, exército] muito para além do exigido pelas características da transição portuguesa.»

Bem Comum dos Portugueses, Jorge Braga de Macedo,
José Adelino Maltez, Mendo Castro Henriques,
Lisboa, Vega, 1999, p.195

novembro 09, 2011



«E embora devamos esforçar-nos por
tornar os nossos princípios tão universais quanto possível,
ampliando ao máximo as nossas experiências e explicando
todos os efeitos pelas causas mais simples e menos numerosas,

continua a ser certo

que não podemos ir além da experiência e
que qualquer hipótese que pretenda descobrir
as qualidades originais últimas da natureza ( )
deve desde logo ser rejeitada como presunçosa e quimérica.»

David Hume, Tratado da natureza humana

novembro 05, 2011



Uma argumentação surpreendente e persuasiva
contra o intervencionismo do Estado na actividade
económica, - que voltou a aparecer nos escaparates
das livrarias -, em defesa do liberalismo político.

Ver no site de filosofia portuguesa, a refutação
da filosofia nórdica, oriunda de Stº Agostinho
e Duns Escoto e triunfante com Descartes.

Vale a pena ler Orlando Vitorino,
que mais não seja pelo rigor
da argumentação.