janeiro 03, 2015

DO  OUTONO  II

Sem vento, a minha voz secou
aqui, neste parque de cedros quietos.
 

Tudo é como ontem era, mas a minha
voz, na minha face, calou-se,
porque só o vento me trazia a fala,
vinda de algures, com notícias de alguém,
indo para além, para outros ouvidos, num país.

Fiama Hasse Pais Brandão, Obra Breve,
Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p.712

Sem comentários: