Diálogo de Hera e Zeus Crónida (Ilíada, I.536-69):
«[ ] Porém, a Hera não passou despercebido que com ele se aconselhara Tétis dos pés prateados, filha do Velho do Mar. Logo falou a Zeus Crónida com palavras mordazes:
”Quem dos deuses, Pensador de Enganos, contigo se aconselhou? Sempre te é caro manteres-te afastado de mim, judiciando coisas pensadas em segredo! E nunca tu ousaste declarar-me a palavra que tens em teu pensamento.”
A ela deu resposta o pai dos homens e dos deuses: “Hera, não penses vir a conhecer todas as minhas palavras: difíceis elas te seriam, minha esposa embora sejas. Porém aquilo que te compete ouvir, ninguém o ouvirá primeiro, pertença ele à raça dos homens ou dos deuses. Mas sobre aquilo que eu decido pensar afastado dos deuses, não faças perguntas nem de modo algum procures saber.”
:)
janeiro 28, 2009
Paolo Conte - Come Away with Me (Vieni via con me)
Vois sur ton chemin Gamins oubliés égarés Donne leur la main Pour les mener Vers d'autres lendemains
Sens au coeur de la nuit L'onde d'espoir Ardeur de la vie Sentier de gloire
Bonheurs enfantins Trop vite oubliés effacés Une lumière dorée brille sans fin Tout au bout du chemin
Sens au coeur de la nuit L'onde d'espoir Ardeur de la vie Sentier de gloire
e le e i le e e le i i e le e le e i le e i le e i e
e le e i le e e le i i e le e le e i le e i le e i e
Vois sur ton chemin Gamins oubliés égarés Donne leur la main Pour les mener Vers d'autres lendemains
Sens au coeur de la nuit L'onde d'espoir Ardeur de la vie Sentier de gloire
janeiro 22, 2009
«Não evoluo, viajo.»
janeiro 21, 2009
«Em vinte anos de poder passei doze sem domicílio fixo. Vivia alternadamente nos palácios dos mercadores da Ásia, nas tranquilas casas gregas, nas belas villas com banhos e caloríferos dos residentes romanos na Gália, em cabanas ou em propriedades rústicas.
A tenda ligeira, a arquitectura de tela e de cordas, era ainda a minha preferida.
Os navios não eram menos variados que as moradas terrestres: tive o meu, provido de um ginásio e de uma biblioteca,
mas desconfiava demasiado de toda a fixidez para me prender a qualquer habitação, mesmo móvel.»
(Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano, 1974, tradução de Maria Lamas, Ulisseia, 1981, p. 106)
La marée haute — paroles: Lhasa De Sela et Riad Malek / musique: Lhasa De Sela
LA ROUTE CHANTE QUAND JE M'EN VAIS JE FAIS TROIS PAS... LA ROUTE SE TAIT
LA ROUTE EST NOIRE À PERTE DE VUE JE FAIS TROIS PAS... LA ROUTE N'EST PLUS
SUR LA MARÉE HAUTE JE SUIS MONTÉE LA TÊTE EST PLEINE MAIS LE CÕEUR N'A PAS ASSEZ
MAINS DE DENTELLE FIGURE DE BOIS LE CORPS EN BRIQUE LES YEUX QUI PIQUENT
MAINS DE DENTELLE FIGURE DE BOIS JE FAIS TROIS PAS... ET TU ES LÀ
SUR LA MARÉE HAUTE JE SUIS MONTÉE LA TÊTE EST PLEINE MAIS LE COEUR N'A PAS ASSEZ
janeiro 18, 2009
Marco Antonio Bernardo (piano) - Orfeu e Euridice (Gluck)
janeiro 17, 2009
Cecil B. DeMille, Samson and Delilah, Music by Victor Young
Samson, a Hebrew placed under Nazirite vows from birth by his mother, is engaged to a Philistine woman named Semadar. During a fight at their wedding feast, Semadar is killed and Samson becomes a hunted man. Semadar's sister, Delilah, plots to deliver Samson up for punishment.
To do so, she cuts his hair, which he feels gives him his strength. Falling in love with him, Delilah regrets her act after Samson is blinded by his captors. He is brought to the temple for entertainment, where he topples the structure, destroying his enemies.
janeiro 16, 2009
Nora Ney, Ninguém me ama
Ninguém me ama, ninguém me quer Ninguém me chama de meu amor A vida passa, e eu sem ninguém E quem me abraça não me quer bem
Vim pela noite tão longa de fracasso em fracasso E hoje descrente de tudo me resta o cansaço Cansaço da vida, cansaço de mim Velhice chegando e eu chegando ao fim
janeiro 15, 2009
The Boulevard of Broken Dreams (Gigolo and Gigolette)
E por ter lembrado hoje o Rio de Janeiro e a Confeitaria Colombo, recordo uma velha canção de Carnaval dos anos 50 :):
Virgínia Lane canta "Sassaricando" (1952)
janeiro 10, 2009
Tony Bennett & Sting - Boulevard Of Broken Dreams
«Como deveria eu trabalhar? … E não me esquecer, ao começar o trabalho, de me preparar para errar.
Não esquecer que o erro muitas vezes se havia tornado o meu caminho.
Todas as vezes em que não dava certo o que eu pensava ou sentia — é que se fazia enfim uma brecha, e, se antes eu tivesse tido coragem, já teria entrado por ela. Meu erro, no entanto, devia ser o caminho de uma verdade: pois só quando erro é que saio do que conheço e do que entendo.
Se a «verdade» fosse aquilo que posso entender — terminaria sendo apenas uma verdade pequena, do meu tamanho.»
Clarice Lispector, A Paixão segundo G. H., Relógio d’Água, 2000 (copyright, 1964), p 88.
janeiro 09, 2009
Boulevard of Broken Dreams
Boulevard Of Broken Dreams lyrics
I walk along the street of sorrow The boulevard of broken dreams Where gigolo and gigalette Can take a kiss without regret So they forget their broken dreams
You laugh tonight and cry tomorrow When you behold your shattered dreams And gigolo and gigalette Awake to find their eyes are wet With tears that tell of broken dreams
Here is where you'll always find me Always walking up and down But I left my soul behind me In an old cathedral town
The joy that you find here you borrow You cannot keep it long it seems But gigolo and gigalette Still sing a song and dance along Boulevard of broken dreams
JOSEPHINE BAKER
janeiro 08, 2009
Richard Strauss (Also sprach Zarathustra) - humanity
Tudo o que pertence ao universo, seja partícula ou galáxia, seja um animal ou um calhau, tem, por convenção, uma existência própria, todo o objecto é. Mas seja ele o que for, a sua definição é arbitrária.
Este calhau ou aquela galáxia, só através do olhar do observador adquirem o estatuto de um ser individualizado; é o observador que, ao traçar a fronteira do que pertence ao objecto, lhe confere uma singularidade. Para ser objecto do universo, tem de ser objecto de discurso de um observador [possível, acrescento eu].
Claro que o homem não é o único observador; os animais dotados de visão vêem, todas as manhãs, tal como o homem, a mancha brilhante que sobe no céu; mas só o homem é capaz de ir além dessa constatação e de transformar essa mancha em objecto – o Sol. Essa estrela, como todas as estrelas, é uma criação do discurso humano. Sem o homem, o universo não passaria de um continuum sem estrutura. [Discordo aqui; é suficiente que o universo seja compatível com observadores inteligentes]
Qualquer ser humano pode focalizar sobre si mesmo este olhar criador de objectos. Ao focalizar-se, ele já não é só um existente, mas alguém que sabe que existe, alguém que transforma a sua pessoa em objecto do seu discurso. É isso a consciência. Uma experiência que nos permite saber-nos existentes. .......................................................................... O que houve, ao longo da evolução do cosmos, foi pura e simplesmente uma continuidade na aparição de poderes sempre crescentes das estruturas materiais que se foram formando, poderes esses relacionados com a complexidade dessas mesmas estruturas.
Esse processo foi continuado até ao aparecimento do campeão da complexidade que é o cérebro humano.
Entre os poderes que recebeu o cérebro, conta-se o mais decisivo de todos eles, a saber, a criação da comunicação entre os homens, a que nós chamámos o «discurso».
Foi então que cada um de nós pôde tomar-se a si próprio como objecto do seu próprio discurso, ou seja, desenvolver a sua consciência de existente.
Mas esse discurso só podia existir numa rede de troca e de partilha.
Essa rede colectiva é, assim, o ponto de partida da consciência individual. O que gosto de resumir com a fórmula ( ): «Eu digo eu porque outros me disseram tu.» O espírito é pura e simplesmente o ponto de chegada da aventura da matéria. Não tem origem senão o conjunto do cosmos. ......................................................................... ( ) a consciência pessoal só viceja se se enraizar numa consciência colectiva; porque a minha consciência é o caminho percorrido na companhia das outras consciências. .......................................................................... Se eu fosse um núcleo de hélio, maravilhar-me-ia com os poderes de um átomo de carbono, se eu fosse um átomo de carbono, maravilhar-me-ia ... e assim por diante.
Na extremidade da cadeia encontramos o homem. Ora este só se pode maravilhar com o único objecto mais complexo do que ele, com o único objecto que dispõe de mais poderes: a comunidade humana.
Através da consciência, que só me é dada por pertencer a essa comunidade, eu participo no impulso cósmico que tudo impele para a complexidade.
Albert Jacquard, com a participação de Huguette Planès, Pequeno manual de filosofia para uso dos não-filósofos, Terramar, Lisboa, 1997; p. 27; 30; 31.
Jerry Lewis - The Errand Boy (1961) Pantomime
janeiro 07, 2009
Carmem Miranda
Vestiu uma camisa listrada, E saiu por aí, Em vez de tomar chá com torrada, Ele tomou Parati, Levava um canivete no cinto, E um pandeiro na mão, E sorria quando o povo dizia, Sossega, Leão, sossega Leão.
Tirou o seu anel de doutor, Para não dar o que afalar, E saiu, dizendo, eu quero mamá, Mamãe eu que mamá.
Levava um canivete no cinto, E um pandeiro na mão, E sorria quando o povo dizia, Sossega Leão, sossega Leão.
Levou meu saco de água quente, Pra fazer chupeta, E rompeu a minha cortina de veludo, Pra fazer uma saia, Abriu meu guarda-roupa, Arrancou a combinação, Até do cabo de vassoura, Ele fez um estandarte, para o seu Cordão.
E agora que a batucada, Já vai terminando, Eu não deixo e não consinto, Meu querido debochar de mim, Porque, se ele pegar as minhas coisas, Vai dar o que falar, Se fantasia de Antonieta, E vai dançar no Bola Preta, Até o sol raiar...
janeiro 06, 2009
Carlos Ramos - Não venhas tarde
“não venhas tarde!”, Dizes-me tu com carinho, Sem nunca fazer alarde Do que me pedes, beixinho “não venhas tarde!”, E eu peço a deus que no fim Teu coração ainda guarde Um pouco de amor por mim.
Tu sabes bem Que eu vou p’ra outra mulher, Que ela me prende também, Que eu só faço o que ela quer, Tu estás sentindo Que te minto e sou cobarde, Mas sabes dizer, sorrindo, “meu amor, não venhas tarde!”
“não venhas tarde!”, Dizes-me sem azedume, Quando o teu coração arde Na fogueira do ciúme. “não venhas tarde!”, Dizes-me tu da janela, E eu venho sempre mais tarde, Porque não sei fugir dela
Tu sabes bem
Sem alegria, Eu confesso, tenho medo, Que tu me digas um dia, “meu amor, não venhas cedo!” Por ironia, Pois nunca sei onde vais, Que eu chegue cedo algum dia, E seja tarde demais!
janeiro 05, 2009
Miradoiro
Com tristeza e vergonha enternecida, Olho daqui A ponte de palavras Que construí Sobre o abismo da vida.
Sonhei-a; Desenhei-a; Sólida até onde pude, Lancei-a como um salto de gazela: E não passei por ela!
Vim por baixo, agarrado ao chão do mundo. Filho de Adão e Eva, Era de terra e treva O meu destino. E cá vou como um pobre peregrino.
Miguel Torga, Antologia Poética, Gráfica de Coimbra, 4ª ed., 1994
Só Nós Dois É Que Sabemos Tony de Matos Composição: J. Pimentel
Só nós dois é que sabemos Quanto nos queremos bem Só nós dois é que sabemos Só nós dois e mais ninguém Só nós dois avaliamos Este amor forte e profundo Quando o amor acontece Não pede licença ao mundo
Anda, abraça-me... beija-me Encosta o teu peito ao meu Esquece que vais na rua Vem ser minha e eu serei teu Que falem não nos interessa O mundo não nos importa O nosso mundo começa Cá dentro da nossa porta
Só nós dois é compreendemos O calor dos nossos beijos Só nós dois é que sofremos A tortura dos desejos Vamos viver o presente Tal qual a vida nos dá O que reserva o futuro Só deus sabe o que será
Anda, abraça-me... beija-me
janeiro 04, 2009
Alfredo Marceneiro - O Marceneiro
janeiro 03, 2009
Mi Buenos Aires Querido - Tango, Carlos Gardel
Mi Buenos Aires querido, Cuando yo te vuelva a ver, No habr ms penas ni olvido. El farolito de la calle en que nac Fue el centinela de mis promesas de amor, Bajo su inquieta lucecita yo la vi A mi pebeta luminosa como un sol. Hoy que la suerte quiere que te vuelva a ver, Ciudad portea de mi nico querer, Oigo la queja de un bandonen, Dentro del pecho pide rienda el corazn. Mi Buenos Aires, tierra florida Donde mi vida terminar. Bajo tu amparo no hay desengao Vuelan los aos, se olvida el dolor. En caravana los recuerdos pasan Como una estela dulce de emocin, Quiero que sepas que al evocarte Se van las penas del corazn. Las ventanitas de mis calles de Arrabal, Donde sonre una muchachita en flor; Quiero de nuevo yo volver a contemplar Aquellos ojos que acarician al mirar. En la cortada ms maleva una cancin, Dice su ruego de coraje y de pasin; Una promesa y un suspirar Borr una lgrima de pena aquel cantar. Mi Buenos Aires querido.... Cuando yo te vuelva a ver... No habr ms penas ni olvido
janeiro 02, 2009
Mouloudji, La Complainte de la butte
La complainte de la butte
En haut de la rue St-Vincent Un poète et une inconnue S'aimèrent l'espace d'un instant Mais il ne l'a jamais revue Cette chanson il composa Espérant que son inconnue Un matin d'printemps l'entendra Quelque part au coin d'une rue La lune trop blême Pose un diadème Sur tes cheveux roux La lune trop rousse De gloire éclabousse Ton jupon plein d'trous
La lune trop pâle Caresse l'opale De tes yeux blasés Princesse de la rue Soit la bienvenue Dans mon cœur blessé
Les escaliers de la butte sont durs aux miséreux Les ailes des moulins protègent les amoureux
Petite mandigote Je sens ta menotte Qui cherche ma main Je sens ta poitrine Et ta taille fine J'oublie mon chagrin
Je sens sur tes lèvres Une odeur de fièvre De gosse mal nourri Et sous ta caresse Je sens une ivresse Qui m'anéantit Les escaliers de la butte sont durs aux miséreux Les ailes des moulins protègent les amoureux Mais voilà qu'il flotte La lune se trotte La princesse aussi Sous le ciel sans lune Je pleure à la brune Mon rêve évanoui
janeiro 01, 2009
Beethoven, Symphony No 7, II - Karajan, Berliner Phil