Carlos Ramos - Não venhas tarde
“não venhas tarde!”,
Dizes-me tu com carinho,
Sem nunca fazer alarde
Do que me pedes, beixinho
“não venhas tarde!”,
E eu peço a deus que no fim
Teu coração ainda guarde
Um pouco de amor por mim.
Tu sabes bem
Que eu vou p’ra outra mulher,
Que ela me prende também,
Que eu só faço o que ela quer,
Tu estás sentindo
Que te minto e sou cobarde,
Mas sabes dizer, sorrindo,
“meu amor, não venhas tarde!”
“não venhas tarde!”,
Dizes-me sem azedume,
Quando o teu coração arde
Na fogueira do ciúme.
“não venhas tarde!”,
Dizes-me tu da janela,
E eu venho sempre mais tarde,
Porque não sei fugir dela
Tu sabes bem
Sem alegria,
Eu confesso, tenho medo,
Que tu me digas um dia,
“meu amor, não venhas cedo!”
Por ironia,
Pois nunca sei onde vais,
Que eu chegue cedo algum dia,
E seja tarde demais!
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