janeiro 21, 2009
«Em vinte anos de poder passei doze sem domicílio fixo.
Vivia alternadamente nos palácios dos mercadores da Ásia,
nas tranquilas casas gregas, nas belas villas com banhos e caloríferos
dos residentes romanos na Gália, em cabanas ou em propriedades rústicas.
A tenda ligeira,
a arquitectura de tela e de cordas,
era ainda a minha preferida.
Os navios não eram menos variados que as moradas terrestres:
tive o meu, provido de um ginásio e de uma biblioteca,
mas desconfiava demasiado de toda a fixidez
para me prender a qualquer habitação,
mesmo móvel.»
(Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano, 1974,
tradução de Maria Lamas, Ulisseia, 1981, p. 106)
2 comentários:
Nestas férias, reli toda a Yourcenar que cá por casa havia. Também adquiri Feux que não havia ainda lido. Junto com o livro, ganhei excertos de entrevistas de Y.:)))
A Obra ao Negro, que li em tradução de António Ramos Rosa, Luísa Neto Jorge e Manuel João Gomes, continua a ser UM dos meus livros de eleição.
Abraço, Vasco.
Setembro sereno,
eli
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