O AGENTE ECONÓMICO
«Na teoria da empresa [ ] uma firma administrada por um «empresário» tem por objectivo maximizar o lucro [ ]. Dada uma curva de despesas, que relaciona os gastos em dólares com o número de aparelhos produzidos, e uma curva de rendimentos, relacionando as receitas em dólares com o número de aparelhos vendidos, uma companhia que os fabrica pode controlar o montante da sua produção (e vendas).
O objectivo (maximização do lucro) define completamente o ambiente interno da empresa; as curvas de despesas e rendimentos, o ambiente externo ao qual deve adaptar-se. Deduzimos facilmente que o empresário racional escolherá a quantidade de mercadoria a comercializar que provoca a maior diferença entre o rendimento total e a despesa total.
Dadas as curvas de rendimento e despesa, qualquer pessoa conhecedora dos elementos do cálculo diferencial pode determinar esta quantidade óptima, fazendo uma simples derivação, igualando a derivada obtida a zero, e resolvendo a equação resultante, com a quantidade óptima como variável dependente.
Neste exemplo encontram-se todos os elementos do que [ ] chamámos um sistema artificial. O sistema, sujeito apenas ao objectivo definido pelo seu ambiente interno, adapta-se ao ambiente externo. Para prever o seu comportamento precisamos de informação sobre o objectivo e o ambiente externo, mas não de informação sobre o processo usado para calcular a quantidade óptima de mercadoria a comercializar.»
Herbert A. Simon, As Ciências do Artificial,
(«The Sciences of the Artificial», 1969),
Trad. Luís Moniz Pereira, Arménio Amado Ed.,
Colecção Studium, nº 95, Coimbra, 1981, pp. 60-61.
Sem comentários:
Enviar um comentário