Toda esperança é perdida,
tudo veo a falecer,
e o que fica da vida,
ficou para m’eu perder.
Aquela esperança minha,
assi falsa e vã como era,
co’os que eu nela tinha
a todo o mal me atrevera.
Ora, ela é toda perdida;
mas não m’hão-de fazer crer
que não há mais nesta vida
senão nascer e morrer!
Sá de Miranda, “Poesia e Teatro”,
selecção, introd. e notas por
Silvério Augusto Benedito,
Ulisseia, Lisboa, 1989, p. 60
(img in Poetas Apaixonados)
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