setembro 29, 2012


(continuação 9)

«No primeiro grupo de categorias vemos a oposição entre o absoluto e o relativo. A distinção entre o absoluto e o relativo verifica-se pelo uso das preposições a, de e para. Ser escritor é uma afirmação absoluta, porque significa uma profissão. Ser empregado é uma afirmação relativa, porque o empregado é relativo a empresário, e a afirmação só fica determinada explicitando a correlação. [ ]

Dos outros grupos de categorias apresenta Aristóteles exemplos elucidativos. São os termos mais frequentes de resposta a perguntas tendentes a distinguir entre as aparências mutáveis e a essência imutável.

A possessão é designada em latim por habitus, palavra que lembra o verbo habere. Hábito é também vestuário, e armadura. A posição é designada em latim por situs, situação. Estas aparências costumam ser designadas em português mediante proposições construídas com os verbos ter e estar.

Sobre as determinações de quantidade, qualidade, espaço e tempo não é indispensável fazer comentários, visto que elas surgem constantemente na exigência da elaboração científica. Mais importantes, para clarificação da doutrina aristotélica, são as categorias de acção e de paixão, que poderemos aproximar da distinção modal entre potência e acto.»

(continua)

Álvaro Ribeiro, Estudos Gerais,
Lisboa, Guimarães Editores, 1961, pp.99-100

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