agosto 23, 2012


«Não pode travar-se nenhuma batalha que não seja por consentimento mútuo; e nesta ideia, que constitui toda a base de um duelo, está o fundamento de uma certa fraseologia usada pelos escritores históricos, a qual conduz a muitos conceitos indefinidos e falsos.

Segundo a opinão desses escritores a que nos refrimos, tem acontecido com frequência que um comandante proponha a outro uma batalha, e que este último a não tenha aceite.

Mas a batalha é um duelo muito modificado, e o seu fundamento não está apenas num mútuo desejo de luta, isto é, no consentimento, mas antes nos objectivos que estão ligados a essa batalha: estes sempre pertencem a um todo muito maior, pois até o todo da guerra, considerado como uma «unidade de combate», tem objectivos e condições políticas que pertencem a uma gama mais elevada.

O mero desejo de se vencerem uns aos outros vai cair numa relação absolutamente subordinada, ou antes, deixa completamente de ser algo por si próprio e transforma-se apenas no nervo que transmite o impulso para a acção, vindo de uma vontade superior.»

op.cit.,Livº IV,Cap.8, p.233 (o consentimento mútuo de batalhar)

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