agosto 29, 2012


«Para concluir este assunto, devemos por um momento considerar o ponto em que a coragem do comandante trava uma espécie de conflito com a sua razão.

Se, por um lado, o altivo orgulho de um conquistador vitorioso, se a vontade inflexível de um espírito naturalmente obstinad, se a resistência valorosa de nobres sentimentos não querem ceder o campo da batalha onde vão perder a honra, contudo, por outro lado, a razão aconselha a não perder tudo, a não se arriscar no jogo até à última, mas antes a guardar tanto quanto é necessário para uma retirada ordeira.

Por mais elevadas que queiramos considerar a coragem e firmeza na guerra, e por menor que seja o prospecto de victória, contudo,há um ponto para além do qual a perseverança pode apenas ser dhamada loucura desesperada e que, portanto, não pode ganhar a aprovação de nenhum crítico.

Na mais famosa de todas as batalhas, a de Belle-Alliance [Waterloo], Bonaparte gastou as suas últimas reservas num esforço para recuperar uma batalha que ultrapassara já o ponto de poder ser recuperada. Gastou o seu último vintém e, qual mendigo, abandonou tanto o campo de batalha como a coroa.»

Livro IV, Capítulo 9 p. 240-1 (a decisão de desistir da luta numa batalha)

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