junho 08, 2011

(continuação 2)

Concordando embora quer com este diagnóstico malthusiano da coexistência precária do homem no planeta quer com a necessidade da inversão do sistema produtivista global e irrestrito, mantenho forte resistência à ecolatria dos novos cultos ecológicos.

Aplaudo sem reservas as medidas que reduzam o desperdício de energia, as que penalizem as despesas de publicidade, a abolição da obsolescência programada, a irrestrição do crédito, a par das que impulsionam a multiplicação de bens relacionais, como a amizade, a instrução e a ciência.

A relocalização de inúmeras actividades na proximidade dos núcleos habitacionais, restringindo as grandes superfícies comerciais, o restauro da agricultura camponesa, encorajando o consumo da produção mais local, mais sazonal e tradicional são medidas positivas de um eficaz decrescimento enquanto programa político.



Muito importante, as externalidades negativas da sociedade moribunda do crescimento têm de ser tributadas por taxas que “internalizem” nos custos dos seus agentes os danos que provocam à colectividade — inversamente, devem os agentes ser recompensados com subsídios pelos efeitos externos positivos que geram na comunidade. Este é o princípio do poluidor-pagador, que o Prof. Arthur Cecil Pigou, um economista ortodoxo, foi o primeiro a defender para que se atinja o óptimo, o bem-estar máximo do conjunto dos consumidores e produtores.


De certo modo, quase direi que limito a especifidades deste tipo o que de válido porventura há no ecológico “decrescimento sereno” de Serge Latouche.


(continua)
[vide abaixo]

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