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«O pano preto, juncado de pétalas brancas,
levantava-se por vezes descobrindo o caixão.
Os portadores, fatigados, iam mais vagarosos;
e o féretro avançava por intercadências contínuas,
como uma chalupa baçouçando entre as ondas.
Chegaram. Os homens continuaram até um sítio baixo,
onde a cova estava aberta. No meio da relva.
Agruparam-se em torno; e enquanto o padre falava,
a terra vermelha, puxada para os bordos,
escorregava pelos cantos, sem ruído,
continuamente.
Depois de disporem as quatro cordas,
impeliram o ataúde. Carlos viu-o descer.
Descia sempre.
Por fim ouviu-se o embate,
as cordas subiram rangendo.
Então Bournisien pegou na pá que Lestoboudois
lhe estendia; e com a mão esquerda deitou-a cheia
de terra, vigorosamente, enquanto aspergia com a direita;
e a madeira do caixão, no choque com os grossos torrões,
produziu o ruído formidável que soa aos nossos ouvidos
como o eco da eternidade.»
op. cit., p.361