novembro 10, 2009



«Ao escrever sobre mim na 1ª pessoa, sufocara-me
e tornara-me invisível, o que me impedia de
encontrar aquilo que buscava.»
(p.72)

Eis onde cessa a expressão pela palavra
por a paixão obliterar a percepção da realidade

«Gwyn era uma fogueira de beleza, um ser incandescente,
uma tempestade no coração de todo e qualquer homem
que parasse a apreciá-la, e aquele instante em
que a vi pela primeira vez é, sem dúvida,
um dos mais assombrosos momentos
da minha vida.»
(p.191)

Mas, na ficção, como na vida,
o imprevisível acontece

«O revólver estava apontado a nós e, sem mais
nem menos, numa simples fracção de segundo,
o universo inteiro tinha mudado.»
(p.52)

Porque o que parece improvável,
não é menos real do que tudo
o que é possível

«… parecia-me improvável [ ] Porém,
as probabilidades não contam quando se trata
de acontecimentos reais, e só porque é improvável
que determinada coisa aconteça, não podemos concluir
que não acontecerá.»
(p.15)


Assim, o novo romance de Paul Auster,
intermediando o consequente com o imprevisto,
o lógico com o surpreendente,
numa narrativa fluente
mas de sentido


indecidido,
nem falso nem verdadeiro.

2 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Parece-me uma excelente abordagem a "Invisível". Muito bem escolhidas, as citações.
Uma busca que se confronta permanentemente com a ambiguidade.

Gostei muito, Vasco :)

vbm disse...

:))