junho 10, 2009


Gosto mais de Camões do que de Pessoa.
Mas há dois poemas deste
que me fascinam
e empolgam:


[ ]

Linha severa da longínqua costa –
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe, a abstracta linha
.

O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e com sensíveis
Movimentos de esperança e da vontade
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte

Os beijos merecidos da Verdade.




As rosas amo do jardim de Adónis
Que em o dia em que nascem
Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o Sol e acabam
Antes que Apolo deixe
O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia
Inscientes, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos
.

5 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Eu adoro ambos! :))

vbm disse...

:))

vbm disse...

:)

Olha que no post a seguir a este,
a mim me parece que nunca Bach
se ligou tão bem como neste
trecho áquele poema!

Diz-me o que achas.

:))

eli disse...

Subscrevo - na íntegra!

vbm disse...

:)