À SEPULTURA DE UMA DAMA
De quão pouca terra satisfeita jaz
a que toda ela a não merecia,
aquela que, triste ou leda, como ia,
assi punha tudo ou em guerra ou em paz.
Levou-no-la a morte cruel que desfaz
as maiores cousas com maior presteza.
Ah, morte! Ah, mundo! A tua riqueza
de quão pouca terra satisfeita jaz!
Sá de Miranda, “Poesia e Teatro”,
selecção, introd. e notas por
Silvério Augusto Benedito,
Ulisseia, Lisboa, 1989, p. 75
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