Temo que estes cristais se estilhacem
e que alguma mão lentemente se insinue
no pêndulo do relógio de pé. E contudo
não devemos amar as coisas com gratidão
porque elas nos não foram dadas realmente
nem delas vivemos, no profundo amor.
Nem qualquer coisa nos pode desprender
do futuro, que vem não obstante as coisas
decaídas. Ficamos sempre livres
depois da perda delas. Isentos, depois
de abandoná-las. Nós mesmo bendiremos
o ladrão de coisas que nos salva
da angústia de termos mais do que o desejo.
fiama hasse pais brandão, inédito
in Revista Ler, Abr.2013
in Revista Ler, Abr.2013
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