«Enfim, para ennobrecer o espírito do trabalho, juntemos ao ardor, à concentração, à submissão, um esforço de alargamento que comunica a cada estudo ou a cada produção um alcance de algum modo total.
Um problema nunca pode encerrar-se em si mesmo, mas trasborda sempre, em razão da sua natureza; porque a inteligibilidade por êle invocada provém de manamciais que o transcendem.
Vem aqui a-propósito o que dissemos da ciência comparada. Cada objecto de estudo pertence a um todo onde produz e recebe acção, sofre e pões condições; não pode ser estudado à parte.
A especialidade ou análise pode ser um método, não deve ser um espírito. [ ] Isolo uma peça dum mecanismo, a-fim-de a considerar mais detidamente; mas enquanto a tenho nas mãos e examino, o pensamento deve repô-la no seu lugar, vê-la accionar no todo, sem o que a verdade ficará alterada.»
A.-D. Sertillanges, A Vida Intelectual —
Espírito, Condições, Métodos (1920), Trad. e Pref.
A. Pinto de Carvalho, Arménio Amado-Editor,
Coimbra, 1941. p.123-4.
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