Era uma vez uma serpente infinita. como era infinita
não havia maneira de saber onde estava a sua cabeça.
de cada vez que se lhe tirava uma vértebra
não fazia falta nenhuma. podia-se mesmo
parti-la deslocá-la emendá-la.
ficava sempre infinita.
quem quisesse levar-lhe um bocado para casa podia pô-lo
na parede e contemplar um fragmento de serpente infinita.
:)
ana hatherly, 463 tisanas,
Quimera, 2006, # 68
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