outubro 29, 2012
(continuação 19)
«Tomada à letra, mal interpretada pelos comentadores gregos e conservada durante séculos pelos escolásticos, a doutrina do silogismo recaiu num desanimado esquematismo, de utilidade mnemónica, mas afastou-se do racionalismo formal.
A forma da necessidade poderá talvez ser a primeira, mas a forma da constância e a forma da casualidade também existem na situação modal e na gradação científica.
O silogismo expresso pelos verbos triviais, como ser, estar, ter, haver, etc., e restrito ao modo indicativo, exigido pela dialéctica, não cobre os aspectos contingentes da existência no espaço e no tempo.
Ora, sem determinação de espaço e de tempo não há existir, que é um modo de ser, nem há articulação lógica de um racicínio completo.
O silogismo aristotélico, para ser bem interpretado segundo a lógica formal, há-de incluir as noções de experiência e de finalidade. O silogismo não é uma equação. Se assim for, ressurgem as justas críticas de quantos dizem ser o silogismo inválido porque tautológico ou vicioso, fechado em círculo, inútil para a investigação.»
(continua)
Álvaro Ribeiro, Estudos Gerais,
Lisboa, Guimarães Editores, 1961, pp.119-20.
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