junho 08, 2011


Serge Latouche, Pequeno Tratado do Decrescimento Sereno,
(«Petit Traité de la Décroissance Sereine», 2007),
Trad. Victor Silva, Edições 70, Lisboa, 2011


Eis um título que me suscitou curiosidade por propor um resultado que nunca vi defendido embora o suspeite necessário: um decrescimento sereno! Sempre considerei que o capitalismo produz uma importante porção de bens e serviços que não serve para nada, de utilidade nula!

Por outro lado, repugnou-me desde novo a desenfreada mercantilização de cada segmento de prazer, apropriando-se os capitalistas da natureza, para cobrar preços por actividades que, — sei —, são livres e exercidas gratuitamente nos países menos desenvolvidos; rarificam assim a abundância natural, pelo fraccionamento de serviços e bens, que passam a vender a preços desmesurados aos povos já subjugados pelo comércio capitalista.

Por fim, sempre fui e sou consciente da validade objectiva da lei de Malthus, que é aliás logicamente incontroversa, porque não pode haver nenhum desenvolvimento ilimitado de qualquer singularidade dependente dum meio finito, limitado!

Por estas razões, era grande a minha curiosidade de ver como o autor trataria estes “adquiridos” do meu pré-juízo e como proporia o que se me afigurava deveras adequado: um descrescimento da produção, particularmente a dos bens e serviços inúteis! :)

(continua)
[vide abaixo]

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