Quando 'l gran lume appar nell'oriente,Che 'l negro manto della notte sgombra,
E dalla terra il gelo o la fredd'ombra
Dissolve e scaccia col suo raggio ardente:
De' primi affanni, ch'avea dolcemente
Il sonno mitigati, allor m'ingombra:
Ond'ogni mio piacer dispiega in ombra,
Quando da ciascun lato ha l'altre spente.
Così mi sforza la nimica sorte
Le tenebre cercar, fuggir la luce,
Odiar la vita e desiar la morte.
Quel che gli altri occhi appanna a' miei riluce,
Perchè chiudendo lor, s'apron le porte
Alla cagion ch'al mio sol mi conduce.
------------ // ---------------
Quando o grão lume surge lá no oriente,
que o negro manto desta noite afasta,
e sobre a terra o gelo se desgasta,
já dissolvido no seu raio ardente,
a antiga dor, que o sono gentilmente
me adormentara, acorda mais desgasta:
que quando aos outros o prazer se gasta
é que revive o meu mais docemente.
Assim me força uma inimiga sorte
às trevas procurar, fugir da luz,
odiar a vida e desejar a morte.
Que a um outro olhar escurece, ao meu reluz:
se fecho os olhos, abrem-se-me as portas
à dor profunda que a meu sol conduz.
Vittoria Colonna
Sem comentários:
Enviar um comentário