fevereiro 11, 2011

Vittoria Colonna



Quando 'l gran lume appar nell'oriente,Che 'l negro manto della notte sgombra,
E dalla terra il gelo o la fredd'ombra
Dissolve e scaccia col suo raggio ardente:

De' primi affanni, ch'avea dolcemente
Il sonno mitigati, allor m'ingombra:
Ond'ogni mio piacer dispiega in ombra,
Quando da ciascun lato ha l'altre spente.

Così mi sforza la nimica sorte
Le tenebre cercar, fuggir la luce,
Odiar la vita e desiar la morte.

Quel che gli altri occhi appanna a' miei riluce,
Perchè chiudendo lor, s'apron le porte
Alla cagion ch'al mio sol mi conduce.
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Quando o grão lume surge lá no oriente,
que o negro manto desta noite afasta,
e sobre a terra o gelo se desgasta,
já dissolvido no seu raio ardente,

a antiga dor, que o sono gentilmente
me adormentara, acorda mais desgasta:
que quando aos outros o prazer se gasta
é que revive o meu mais docemente.

Assim me força uma inimiga sorte
às trevas procurar, fugir da luz,
odiar a vida e desejar a morte.

Que a um outro olhar escurece, ao meu reluz:
se fecho os olhos, abrem-se-me as portas
à dor profunda que a meu sol conduz.

Vittoria Colonna

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