Para a meg, herself :):
Não queiras mais que a gratuita lucidez
do instante sem caminho Não julgues que ele é mais
do que a casual aragem de não ser mais nada
do que o voluptuoso fluir de um puro vazio
Em distraído vagar como uma leve nuvem
torna-te vago também deixa ascender em ti
essa torre ténue que quer a transparência
e a graça flexível de pertencer ao ar
Não queiras conhecer o que há por trás desse fulgor puro
se é que há algo por detrás Aceita a sua dádiva gratuita
porque ele é precisamente nulo
e tão essencial como o ar que se respira
António Ramos Rosa, As Palavras,
Campo das Letras, Porto, 2001
6 comentários:
Perfeito
:))
:)))
Lindo seu blog, amei!
Obrigado, Linda.
Um abraço transatlântico!
:)
Vasco
Vasco, que surpresa!
Só hoje descobri este post lindíssimo, e por acaso...!!!
E eu não mereço... estás sempre no fim da lista porque...
andava eu a tentar perceber o porquê de não receber as actualizações de alguns blogs - o teu é um deles...
agora, o meu que não aparece actualizado nos blogs amigos, o link remete para postes de há um ano atrás...!!!
e tive esta grata surpresa, com um poema de um dos meus poetas - tomei nota do primeiro verso!
Muito obrigada, Vasco.
Um beijinho para ti, da Meg (Myself)
ps: já verifiquei que o teu link funciona.
:) beijos
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