nuvens que sem cessar o perseguiam.
Era um sol de inverno, factício,
brilhante mas sem calor.
De vez em quando um vento frio
varria toda a extensão dos campos,
pondo a ondear os altos caules do milho.
Toda a campina parecia então erguer-se,
como uma onda, mas aos poucos abrandando,
voltando à sua taciturna desolação.»
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Albert Cossery, Mandriões no Vale Fértil,
(«Les Fainéants dans la Vallée Fertile», 1948),
trad. Ernesto Sampaio, Antígona, Lisboa, 1999, P.10
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