abril 11, 2010


imagem in luciawelt.blogspot

MORTOS LATIDOS

Se a Natureza se expande como sentir o júbilo,
no interior da face, no subsolo? Que região
vulnerável, órgão vivíssimo
do corpo o sol calcinou? Oh, o estar
nessa solidão (da matéria orgânica), sem o consciente
de uma consciência. Sem a pedra (da dor), a maxila fria.
Vejo um sol remoto no verão, neste tempo
omisso, (meu) espaço fortuito
ou irrigado de sangue, (meu) lugar cutâneo,
o limite. Há um saber dos sápidos ele-
mentos do mundo, memória pastoril. Que ausência
no-los revela agora? Perdidas
ou jamais tacteadas em sua distância
afastam-se as vozes para que
ausente outro cantar? Que fala em uníssono se
omite da corda vocal, o coro dos seres
grandiloquentes no seu solstício? Cálida
solidão de propagados pensamentos, dores,
zonas vitais do tempo ou sono
e os latidos mortos.

Fiama Hasse Pais Brandão

2 comentários:

mdsol disse...

:)))

vbm disse...

Sê bem vinda! :)