fevereiro 14, 2010


imagem in Marcas d´Água

É PARA LÁ QUE EU VOU

Para além da orelha existe um som,
à extremidade do olhar um aspecto,
às pontas dos dedos um objecto
— é para lá que eu vou.

À ponta do lápis o traço.

Onde expira um pensamento está uma ideia,
ao derradeiro hálito de alegria uma outra alegria,
à ponta da espada a magia
— é para lá que eu vou.


Clarice Lispector, Onde Estiveste de Noite?,
Relógio d´Água, Lisboa, s/d, p. 71

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem bonitas estas passagens :-)
E, Vasco está quase a chegar a primavera, e com ela as flores e os aromas primaveris. Os perfumes
tornam-se doces...
Encantador o sol que hoje se espraia sobre Lisboa, tornando as casas centenárias da Lisboa antiga, mais belas, mais reluzentes...
Às vezes com saudades percorro as ruas iluminadas do Chiado, ... está a chegar a primavera.
Beijo
Heller