Alonso Quijano
para o José Bento e o Miguel Serras Pereira
Viveste um sonho, Alonso. A tua vida
ainda hoje transcende a ilusória
verdade que há num corpo, a sua história
tão pobre e desde sempre repetida.
Viveste, Alonso, fora da medida
que sempre limitou a transitória
razão dos seres humanos na inglória
febre de mil desejos sem saída.
Amaste para sempre a tua ideia
num rosto a que chamaste Dulcineia
desde o primeiro dia, cavaleiro.
Por isso estás aqui e em toda a parte
enquanto houver alguém a imaginar-te
num sonho que extravasa o mundo inteiro.Fernando Pinto do Amaral
2 comentários:
Muito belo e arrebatado, este poema.
E dá a inverdade de Damásio,
porque a vida transcende
a história pobre e
sempre repetida
do corpo.
:)
Não conhecia
Muito belo, sim
:))
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