fevereiro 11, 2010



Alonso Quijano

para o José Bento e o Miguel Serras Pereira


Viveste um sonho, Alonso. A tua vida
ainda hoje transcende a ilusória
verdade que há num corpo, a sua história
tão pobre e desde sempre repetida.

Viveste, Alonso, fora da medida
que sempre limitou a transitória
razão dos seres humanos na inglória
febre de mil desejos sem saída.

Amaste para sempre a tua ideia
num rosto a que chamaste Dulcineia
desde o primeiro dia, cavaleiro.

Por isso estás aqui e em toda a parte
enquanto houver alguém a imaginar-te
num sonho que extravasa o mundo inteiro.


Fernando Pinto do Amaral

2 comentários:

vbm disse...

Muito belo e arrebatado, este poema.


E dá a inverdade de Damásio,

porque a vida transcende
a história pobre e
sempre repetida
do corpo.

:)

mdsol disse...

Não conhecia
Muito belo, sim

:))