dezembro 08, 2009



Eu amo o amor.
O amor é vermelho.
O ciúme é verde.
Meus olhos são verdes.
Mas são verdes tão escuros que na fotografia saem negros.
Meu segredo é ter os olhos verdes e ninguém saber.


Clarice Lispector, Onde estiveste de noite,
Relógio d'Água, s/d, p. 72

9 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Magnífico! A Clarice Lispector foi uma mulher especialíssima. A escrever, um espanto.

Deixo-te um abraço, Vasco :)

vbm disse...

:)

analima disse...

O ciúme pode ser verde. Mas os olhos verdes não têm que estar a ele associados. Tudo o resto subscrevo. :)

vbm disse...

:) lol, Já 'vejo' que tens os olhos verdes! E há os verdes-acastanhados, que devem ser os do ciúme saudável, o caso dos meus :)

analima disse...

Verdes-acastanhados, verdes escuros... saem quase sempre negros nas fotografias. Hum..."ciúme saudável"? :)

mdsol disse...

Ah que palavras tºao bonitas

:))

vbm disse...

.

lol

«Ciúme saudável»
foi o resultado
que deu um teste
que fiz, em revista
de fim de semana!

:)

analima disse...

Ah, ainda bem que, no meio das outras leituras, ainda há tempo para os testes das revistas de fim de semana. :)

vbm disse...

.

Só fiz o teste!
Não li a revista :)

Sabes, Ana,
estas leituras
são de um tempo
pretérito...

No presente, por acaso,
estou a ler Flaubert,
o L'Éducation Sentimental.

Impressiona a iluminação e o transporte
naquela época de meados do século xix:
sem electricidade, sem automóveis,
sem comboios ainda!

A vivência das deslocações no espaço
era uma absoluta mudança de ares
e um novo começo de vida! :))

.