setembro 03, 2009

Quando o céu está vermelho

Foi clAud,
uma forista dos idos de 2000,
que me mostrou e deu a conhecer
fiama hasse pais brandão. O poema
inicial que me encantou
foi a sua TÁBUA DAS COMPARAÇÕES :))




Quando o céu está vermelho comparo-o,
e embora o fogo ainda esteja próximo
da semiologia da fosforescência eu distancio-o
com a frase divinatória: amanhã a alva
há-de romper de sangue. Pela separação semântica

coloco o tom sanguíneo à distância
sobre uma árvore calva. Nos seus ramos
o pardal acumula também a premonição
da noite, consente que na elipse do horizonte
a grande mancha seja comparada a um sinal
ignoto que engendra os sinais.

Se tudo é cognoscível a quem está no reino
do conhecimento com as beatas palavras (felizes)
geradas no horizonte, a tarde esplêndida
acende como uma tocha a madrugada. Este silêncio
místico prepara a
tábua rasa das comparações.

:))

1 comentário:

vbm disse...

Como parafrasear
este tão belo poema
que celebra o poder da mente
de engendrar os sinais divinatórios
do que não há ainda
nivelando o que há
na superfície rasa
das comparações do devir...

:)