setembro 23, 2009

Nobreza e vulgaridade. — Aos olhos das naturezas vulgares os sentimentos nobres e generosos parecem faltos de pertinência, por consequência de verosimilhança em primeiro lugar; ( ) Reconhece-se a natureza vulgar porque nunca perde de vista o seu proveito, pelo facto desta obsessão do objectivo, do lucro, ser nela mais forte do que o mais violento instinto: não se deixar arrastar pelo impulso desarrazoável das acções intempestivas: eis o que lhe serve de sageza e de dignidade. ( ) O gosto das naturezas superiores prende-se a coisas excepcionais, a coisas que deixam fria a maior parte dos outros homens e não parece ter nenhuma atracção: a natureza superior mede os valores por uma escala pessoal. ( )

(Gaia Ciência, Livro I, § 3)

2 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Pois é! Há naturezas e "naturezas". E o Nietzsche disse-o tão bem.

vbm disse...

É um segredo da sua escrita
transposto para a sua filosofia!

abraço,
v.