outubro 23, 2008
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Poema in Modus Vivendi
Dos acasos literários
A vida tem destes acasos literários:
um comboio, dois livros e a pior
das razões para nos apaixonarmos.
Tenho vinte e dois anos e o equivalente
em retratos teus -periféricos ou não-
catalogados de acordo com as horas psicologicamente
intermináveis do teu sorriso.
O nosso amor é como o lado vazio de uma ampulheta,
ou seja, inverso ao próprio tempo que não marca
o surgir inesperado daquelas noites em que tudo acontece
numa peça de teatro à qual nunca comparecemos.
As tuas mãos são um jardim demasiado inconstante
para fazer fila e esperar a morte. Tens seis letras no nome
e antes que amanheça saberei em que lugar do meu corpo
cada uma delas cabe.
David Teles Pereira
3 comentários:
Gostei muito destes "acasos literários"...
Obrigada pela visita...
Até já
Beijos e abraços
Marta
É, Marta, também fiquei impressionado quando os li. Deve ser um poeta jovem, ainda desconhecido. Obrigado, pela simpatia da tua visita a este pobre bloguezinho :). Gostei muito daquele teu poema de Júdice, que muito aprecio. Conheces o seu poema sobre o "Sexo dos Anjos"? Se não, digo-te, vale a pena. Digito-o aqui se quiseres.
Obrigado pela referência ao meu poema!
Contudo, o título do poema é Céline e não Dos acasos literários. Pode conferi-lo na Revista Criatura na qual ele foi publicado.
Obrigado de novo!
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