outubro 09, 2006


scott fitgerald # 5

O que mais apreciei neste romance de Fitzgerald
foi a arguta e rigorosa observação da progressão
de um processo insidioso de desamor, culminando
no acto final, cirúrgico e irreversível de divórcio!


Quase lembra Descartes:  Amor e o Ódio: “O amor é uma emoção da alma, causada pelos movimentos dos espíritos, que a incita a unir-se voluntariamente aos objectos que lhe parecem ser úteis”. E o ódio é uma emoção, causada pelos espíritos, que incita a alma a querer estar separada dos objectos que se lhe apresentam como nocivos.”

Nota: - Com a expressão “causadas pelos espíritos”, Descartes pretende distinguir estas paixões — que dependem do corpo — quer dos juízos, quer das emoções que estes só por si excitam, e que levam também a alma a unir-se ( ) ou a separar-se, voluntariamente, das coisas que considera boas ou más.
Com a expressão “voluntariamente”, Descartes pretende abstrair do Desejo — que é uma paixão distinta e se refere ao futuro — para atentar no aspecto do consentimento pelo qual o amante se considera unido ao que ama, de sorte que se imagina como um todo, “de que se pensa ser apenas uma parte, sendo a outra a coisa amada”, e, ao contrário, no Ódio, se considera só como um todo, inteiramente separado da coisa a que se tem aversão.

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