agosto 29, 2013

«Lá onde arde o fogo do Espírito,
onde sopra o vento do Espírito,
onde transborda o vinho do soma do Espírito,

aí nasceu uma nova alma.


Inspirados por Savitri,
procuremos encontrar júbilo
nas preces dos velhos tempos:

pois se delas fizermos a nossa rocha,
ficaremos purificados dos pecados do passado.


Estando o corpo direito, a cabeça e o pescoço
dirigem a mente e os seus poderes até ao coração;
e então o OM de Brahman será a barca
que te fará atravessar
rios rios do medo.

E com o corpo firme e em silêncio,
respira ritmicamente pelas narinas,
com uma calma subida e descida
da respiração.

O coche que é a mente
é puxado por cavalos selvagens,
e esses cavalos selvagens
têm de ser domados.


Encontra um lugar retirado e calmo
para a prática do Ioga, abrigado do vento,
plano e limpo, sem qualquer lixo, cinzas ou
fogueiras ou fealdade, e onde o som da água
e a beleza do lugar ajudem o pensamento e
   a contemplação.

Estas são as formas imaginárias
que aparecem antes da visão final
que é Brahman: uma névoa, um fumo
e um sol; um vento pirilampos e um fogo;
relâmpagos, um cristal puro e uma lua.

Quando o praticante de Ioga
tem completo domínio sobre o seu corpo,
que é composto pelos elementos da terra,
água, fogo, ar e éter, então obtem
um novo corpo de fogo espiritual,
que é superior à doença, velhice e morte.

Os primeiros frutos da prática de Ioga são:
saúde, pouco desperdício e boa tez;
leveza de corpo, odor agradável
e voz suave; e ausência
de desejos vorazes.

como um espelho de ouro,
coberto de pó, quando bem limpo
brilha em todo o seu esplendor,
assim também todo o homem
que viu a verdade do Espírito
é um com ele, o alvo da sua
vida foi atingido, e ficará
para sempre livre de pesares.

Então a alma do homem
torna-se uma lâmpada
com a qual ele encontra
a Verdade de Brahman.
E vê a Deus, nunca nascido
e eterno; e quando vê a Deus
fica liberto de todas as escravidões.»

Os Upanishades, trad. da versão inglesa
de Inês Busse, Public. Europa-América,
Lisboa, s/d., pp.58-9.

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