img blog A Máxima
Quando rebenta a flor nova no
alpendre da casa, parte de mim
entrega-se a essa aparição. A mesma fuga
leva os insectos entre um ponto claro
e outro. As janelas foram escavadas
nas faces. Trepadeiras confusas
parecem muros. Estas visões evitam
que a casa se destrua. Sou o sujeito
que imagina o pensamento dessa figura
comparada a uma ruína.
A que floresce com o vulto da primavera
há-de deteriorar-se na penumbra
que vai ruir. Terá a vida própria
de um conceito. A porta que dá para o caos.
Enquanto vivo gozo a aparência
de cachos de glícinias roxas
enroscadas nas colunas sem matéria.
Na casa transparente a metade translúcida
aumenta esse esplendor em silêncio.
A que se fundamenta na existência
da minha mesma parte ausente.
Que é uma gruta. Em cima
volteiam mariposas por dentro de um vapor.
O hálito da garganta que a abertura
da janela expele do interior de um halo.
(fiama hasse pais brandão)
Img blog Cleopatra Moon
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