novembro 19, 2011





«Toda a aquisição de saber autêntico significa um alargamento do nosso Eu. ( )
Na contemplação, [ ] de onde nós partimos é do Não-Eu, e
é por intermédio da grandeza deste que se logra ampliar os confins do Eu;

( ) O conhecer, em suma, é uma forma da união do Não-Eu e do Eu;
( ) O livre intelecto deverá enxergar assim como Deus poderia ver: -
sem aqui, nem agora; sem esperança e sem medo;
isento das crenças costumeiras e dos preconceitos tradicionais
(...)
O espírito que se habituou, na contemplação filosófica, a ser livre e equânime,
algo trará dessa imparcialidade livre para o mundo da acção e da emoção.

A contemplação amplifica por esta forma,
além dos objectos do pensamento,
também os objectos da nossa acção,
e outrossim os objectos do nosso afecto;
de nós faz ela cidadãos do universo,
e não somente de uma cidade murada,
em estado de guerra com tudo o mais. »


Bertrand Russell, Os problemas da filosofia

5 comentários:

Guilherme Navarro disse...

Primoroso.

vbm disse...

Russell é extraordinário e empolgante!

Thiagø disse...

Muito bom os textos, bem profundos e complexos, um dia me torno assim também, vamos trocar conhecimentos?
http://tchumidjo.blogspot.com/

Ana Paula Sena disse...

Grande escolha, Vasco!

Deixo-te um abraço - filosófico e amigo :))

vbm disse...

Russell é admirável!