junho 05, 2010

«A tarde caía e uma população em azáfama
apoderava-se das esplanadas dos cafés,
onde intermináveis discursos decorriam já.

Vendedores ambulantes, ainda a despertar
da sesta, apregoavam com uma voz lânguida
a suculência dos frutos e dos legumes,
fazendo uso de comparações disparatadas
e, por vezes, mesmo obscenas.»

(continua)

Albert Cossery, Uma ambição no deserto,
(«Une ambition dans le désert», 1975),
trad. Ernesto Sampaio, Antígona, Lisboa, 2002,
(pp. 27-28)

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