março 27, 2010



»— Não, não — respondeu Platão. — Não foi assim
que mereceu dos deuses o nome do mais sábio
dos homens; foi a fazer cabeças, a formar
corações, que se ocupou enquanto viveu.
O segredo perdeu-se com a sua morte.
Sócrates morreu e os belos dias da filosofia
passaram. Estes farrapos, que os sistemáticos
usam orgulhosamente, são bocados da sua
roupa. Ainda mal tinha fechado os olhos,
já os que aspiravam ao título de filósofos
se lançavm sobre a sua túnica e a despedaçavam.


Denis Diderot, As jóias indiscretas, («Les bijoux indiscrets», 1748)
Publicações Europa-América, Lisboa, 1976, cap. XXXII, pp. 145-9

2 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Olá, Vasco :)

De algum modo, será sempre necessário voltar a Sócrates...

Este quadro que retrata os últimos minutos de vida do filósofo, sempre o achei magnífico!

Um abraço e votos de um excelente domingo.

vbm disse...

Vinte e cinco séculos,
e ainda hoje a sua vida
é ensinada e meditada!