«As residências reais conservam uma melancolia especial,
que tem sem dúvida a ver, com as suas excessivas dimensões
face ao reduzido número de hóspedes, com o silêncio
que surpreendentemente encontramos aí, depois
de tantas fanfarras, com o seu luxo imóvel
a provar, pela sua velhice,
a fugacidade das dinastias,
a eterna miséria de tudo;
e esta exaltação dos séculos,
entorpecente e fúnebre
como um perfume de múmia,
faz-se sentir mesmo nas
cabeças ingénuas.»
Gustave Flaubert, A Educação Sentimental
(«L'Éducation Sentimentale», 1869)
Trad. João Costa, Relógio d'Água,
Lisboa, 2008, p.260
Sem comentários:
Enviar um comentário