os mistérios de eleusis - posfácio iii
«… não é o mesmo feixe de trigo que nasce da semente.
É outro, um novo feixe de trigo, o que indica
que a nossa imortalidade está realmente
entre as nossas pernas.
A nossa semente faz realmente um novo homem,
mas ele não é nós. O filho não é o pai.
O pai é enterrado e esse é o seu fim.
O filho é um homem diferente que um dia
fará outro homem e assim sucessivamente,
talvez para sempre; porém,
a consciência individual
termina.»
Gore Vidal, Juliano (1962), trad.
Carlos Leite, P. Dom Quixote,
Lisboa, 1990, p.152
3 comentários:
É uma visão interessante, esta de Gore Vidal. Uma visão talvez realista, antes de mais, acerca da perpetuação de cada um pela sua reprodução: pode ser uma ficção algo romântica, a de que os filhos perpetuam os pais.
No entanto, eu creio que há uma continuidade, a única possível.
Um abraço, Vasco :)
:) Li vários romances de Gore Vidal que apreciei bastante. A biografia, semi-romanceada, que faz do Imperador Juliano, um familiar de Constantino que restaura o paganismo e a liberdade religiosa em Roma, é historicamente comovente pois mostra os mártires e os injustiçados pelo cristianismo em ascenção.
:) Qualquer diz conto, ou melhor, reconto outra história, a de Orfeu e Eurídice. Sempre gostei deste nome, Eurídice! :)
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