fevereiro 21, 2010

A Educação Sentimental



«… e, em toda a parte, os inquilinos diziam mal dos proprietários,
a bata atirava-se à casaca e os ricos conspiravam contra os pobres.
Alguns exigiam indemnizações como antigos mártires da polícia,
outros imploravam dinheiro para lançarem invenções, projectos
de bazares cantonais, sistemas de felicidade pública; [ ] Por vezes
também, aparecia um cavalheiro, um aristocrata, com modos
humildes, dizendo coisas plebeias, e que não tinha lavado
as mãos para as fazer parecer calejadas. Um patriota
reconhecia-o, os mais virtuosos insultavam-no; e
ele saia com a alma cheia de raiva.»


Gustave Flaubert, A Educação Sentimental
(«L'Éducation Sentimentale», 1869)
Trad. João Costa, Relógio d'Água,
Lisboa, 2008, p. 243

2 comentários:

Anónimo disse...

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vbm disse...

:) It's an experienced drawing of 1848 Revolution, in France, the one of Flaubert!