fevereiro 23, 2010

A Educação Sentimental



«Como os negócios estavam parados, a inquietação
e a basbaquice traziam toda a gente para a rua.
O desmazelo dos fatos atenuava a diferença
das classes sociais, o ódio ocultava-se,
as esperanças exibiam-se, a multidão
andava com ar tranquilo.

O orgulho de um direito conquistado
resplandecia nos rostos. Sentia-se
uma alegria de Carnaval, ambiente
de acampamento; nada foi tão
divertido como o aspecto
de Paris, naqueles
primeiros dias.»

Gustave Flaubert, A Educação Sentimental
(«L'Éducation Sentimentale», 1869)
Trad. João Costa, Relógio d'Água,
Lisboa, 2008, p.238

2 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Olá, Vasco

Excelente leitura: Flaubert e a sua "A Educação Sentimental"! Os clássicos, em geral, continuam a ser os meus livros preferidos.

Deixo um abraço.


P.S. - Tenho que ir ver o último do Woody Allen :))

vbm disse...

Vê o filme.
É muito giro.

E o actor
é bem escolhido. :)

Vais gostar.


Flaubert tem descrições
das ruas de Paris,
do Bois de Bologne,
de cupés, fiacres,
berlindas, seges,
cabriolets
e respectivos
solípedes! :)

que nos enleiam
no profundo
século XIX.