setembro 05, 2009


A ti eu dei asas, com as quais sobrevoarás
o mar ilimitado e toda a terra, elevando-te
facilmente. Que estejas nos banquetes e nas cerimônias
todas, repousando nas bocas de muitos
e, com flautinhas de som agudo, amáveis jovens
juntos cantarão ordenadamente coisas belas e harmoniosas
a teu respeito. E quando, sob as entranhas escuras da terra,
tu fores para as moradas multilamentosas do Hades,
nunca, nem estando morto, perderás tua glória, mas sempre
tu importarás aos homens tendo nome imperecível.
Ó Kyrnos, vagando pela terra da Hélade e por suas ilhas,
cruzando por sobre o piscoso mar estéril,
não tendo-te sentado nos dorsos dos cavalos, por certo os dons
esplêndidos das Musas de coroas de violetas te enviarão.
Para todos quantos o canto importa e para os que virão a existir,
tu existirás da mesma forma, enquanto existirem terra e sol.
No entanto, eu não obtenho nem um pouco de respeito de ti,
mas como a uma pequena criança tu me enganas com palavras.

Teógnis de Mégara (séc.VI a.c.), fr. 237-254 A

2 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Olá, Vasco :)

Tenho andado preguiçosa, mas tenho a dizer que tens colocado, aqui no teu espaço, textos lindíssimos!

Obrigada pelo teu comentário ponderado, lá no Catharsis.

Beijinhos e um bom domingo.

vbm disse...

:))