Michel Onfray, a potência de existir
(«La puissance d'exister», 2006)
trad. José Luís Pérez
Campo da Comunicação, Lisboa, 2009
Li. Excelente manual hedonista que nos alerta contra as múltiplas atitudes nihilistas e alienantes que pululam em algumas doutrinas filosóficas. Nada objecto à posição de Onfray antes reconheço, como ele, a pura imanência de toda a sabedoria. Contudo, para lá da busca da felicidade, é legítimo acurar e acarinhar a grande curiosidade do ser humano em conhecer o real e perscrutar a matéria do mundo que "depois do fim e para lá do fim do homem e do indivíduo" visa enunciar os «grandes discursos» da representação do mundo.
2 comentários:
Gostei muito de saber a tua opinião :)
Concordo com a apreciação que fazes. Quer dizer, o desejo de saber também faz parte da felicidade, e a busca dessa sabedoria já é algo que, só por si, dá prazer.
É isso exactamente.
Gostei imenso do manifesto
de Onfray, creio ter sido formado
pelo seu pensamento, via Nietzsche
e Omar Khayyam.
Mas a ciência, o discurso
causal ou probabilístico
do curso dos eventos
do universo
é uma paixão bem humana.
Digo paixão, e digo bem,
porque ao contrário do que censuram
ao pensamento abstracto, ele só
é possível num dado estado
dos sentidos.
A filosofia de Feuerbach
demonstra-o algures;
hei-de tentar
ver onde.
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