julho 14, 2009


Tomb of Omar Khayyam


QUEM FOI OMAR KHAYYAM?

Viveu na Pérsia de 1048 a 1123. Homem de grande cultura e sabedoria: matemático, geómetra, astrónomo e poeta. Foi discípulo de Avicena. Na juventude, escreveu tratados de geometria e álgebra, resolvendo equações de 3º grau.

Conta-se que na sua juventude três companheiros de escola: Nizam Al-Mulk, Hassan Ibn Sabbah e Omar Khayyam fizeram um pacto: o que obtivesse primeiro uma posição de relevo ajudaria os outros. Nizam destacou-se primeiro, como secretário do sultão Alp Arslan. Cumpriu o pacto; deu a Hassan um posto administrativo e atendeu o desejo de Omar: uma pensão vitalícia que lhe permitisse estudar, escrever e levar uma vida sossegada num jardim de delícias terrenas…

Obtida a pensão Omar Khayyam «retira-se para a cidade natal e dedica-se à astronomia, à matemática, à filosofia, à poesia e à amizade, quer dizer ao ócio, tal como Aristóteles entendia a «diagogé»-«ocupação e gozo intelectual e estético como compete ao homem livre».

Mas, Hassan não ficou satisfeito com 'a pouca categoria do cargo' que Nizan lhe deu e rebelou-se, refugiando-se nas montanhas onde desenvolveu uma luta «terrorista» contra as autoridades, originando a terrível seita dos «HASSASSIN» - de onde provém a palavra ocidenta «assassino», dada a técnica do atentado mortal por eles seguida.

Nizam morre assassinado. Os inimigos religiosos de Omar Khayyam sempre o quiseram comprometer como herege e não respeitador dos dogmas da religião muçulmana, tentando ligá-lo a episódios comprometedores.

Na Pérsia Islâmica havia três religiões: o Judaísmo, o Cristianismo e o Zoroastrismo. A cultura de Omar era tocada de todas estas influências a que se sobrepunha uma segura base racional e crítica de origem grega, obtida nos ensinamentos do seu mestre Avicena. Tal cultura torná-lo-ia herético, mas não menos Persa.

A fama ocidental de Omar Khayyam como poeta do vinho é redutora do significado filosófico da sua posição quer como cientista quer como poeta. A sua inquietação poética provém de uma verificação irrecusável: a brevidade da vida humana e a ausência de respostas às perguntas que formula. Daí a valorização de tudo o que possa atenuar o sofrimento ou produzir o prazer. A poesia de Omar Khayyam deve ser lida numa perspectiva em que viver e filosofar têm um só sentido: obter a perenidade do momento que passa:

«Jamais desejei o manto do engano
Mas roubaria por um copo de vinho»


[ Transcrição livre do prefácio de E.M. de Melo e Castro, Rubaiyat, ed. Estampa,1990]

4 comentários:

mdsol disse...

Uma lição, uma lição.
:))

Ana Paula Sena disse...

É uma perspectiva filosófica bem interessante, a de Khayyam. Na verdade, é tudo tão fugaz, a insatisfação perante isso não pode deixar de se fazer sentir, sobretudo no caso de um filósofo.
Mas...a sorte que ele teve quanto ao amigo, que cumpriu o pacto...!

O túmulo é uma construção magnífica!

Olá, Vasco :))

Peter disse...

"A sua inquietação poética provém de uma verificação irrecusável: a brevidade da vida humana e a ausência de respostas às perguntas que formula."

Um homem notável, fora do seu tempo e as suas perguntas continuam sem resposta.

vbm disse...

É um poeta e filósofo
para mim inesquecível.

Adorava visitar este seu túmulo
que parece imponente.

A seita dos HASSASSIN
foi a primeira organização terrorista do mundo!
Omar Khayyam, ainda que pacífico,
não deixou de ter problemas.

Há uma biografia romanceada do mestre dele, Avicena, de Gilbert Sinoué, que também á um prazer ler.
A de Khayyam, belíssima, é a de amin Maalouf, Samarcanda

:)