maio 19, 2009



«Os pormenores do quotidiano, insignificantes, mesquinhos ou horríveis...
Sou capaz de imaginar todos os pontos de vista e de representar os papeis
correspondentes: ser insignificante, mesquinha, horrível.

Afinal, oiço melhor o que me dizem
(ou antes: mais perto do excesso ou da insensatez)
quando decido ouvir, na insignificância da murmuração,
uma abjecção que exige ser perdoada.

Para quê? Para nos conhecermos,
talvez para nos deslocarmos um furo
em direcção a outro horror, menos assassino,
e assim sucessivamente, isto é,


indefinidamente indiferente e
às vezes engraçada


:)


Júlia Kristeva, Os samurais («Les samouraïs», 1990),
Trad. Pedro Tamen, Difusão Cultural, 1991

2 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Vale bem a pena reler... Quanto a mim, é excelente!

Obrigada, Vasco :)

vbm disse...

:)

São textos que já tinha digitado.
Ainda editarei mais alguns, dela.