abril 05, 2009
fiama hasse pais brandão
E por falar em portas
por onde há gosto em entrar
distintas de outras
por onde só se quer sair,
um poema lindo de fiama:
A porta branca
Por detrás desta porta,
uma de todas as portas que para mim se abrem e se fecham,
estou eu ou o universo que eu penso.
Deste meu lado, dois olhos que vigiam
os fenómenos naturais, incluindo a celeste mecânica
e as sociedades humanas, sedentárias e transumantes.
Mas podem os olhos fazer a sua enumeração,
e pode o pensado universo infindamente ir-se,
que para mim o que hoje importa
é aquela olhada vaga porta.
Que ela seja só como a vejo, a porta branca,
com duas almofadas em recorte,
lançada devagar sobre o vão do jardim,
onde o gato, por uma fenda aberta
pela sua pata, tenta ver-me,
tão alheio a versos e a universos.
Fiama Hassa Pais Brandão
Cena Vivas, Relógio d´Água
8 comentários:
Isto hoje é só portas rsrsrs e batentes!
Abençoadas. Deixam entrar e sair... Podem simbolizar a liberdade de decidir sobre o rumo... ir ou ficar ou ir e voltar e voltar a ir...
Ou... como a Fiama vê diz ...
:)))
É um poema belíssimo, reconheço e acentuo... :)
O que verá um gato? ...tão alheio a versos e universos...?
A imagem também é muito bonita!
:)
Mas quando eu era menino,
a porta mais grandiosa
era a que respondia
ao comando:
«Abre-te, Sésamooo!»
:)
Hoje em dia,
para entrar pelas do Pingo Doce,
nem precisamos de dizer nada,
elas, escravas solícitas,
abrem-se por si!
lol
Sim, Paula
é muito belo este poema,
e bem filosófico!
pois, na verdade,
sempre parece haver uma porta
entre os fenómenos da natureza,
os nossos semelhantes e
o universo pensado :)
Mas fiama desconstrói este caminho,
a vaga porta orientando o seu olhar
para o inumano doméstico
alheio a versos e
universos
:))
Muito belo!
Bjs
Retiro os bjs.........
Um abraço
E há janelas por onde dá gosto olhar.
este poema.
este blog.
:)
Gentil :)
Mas sim,
fiama é bela!
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