março 23, 2009
«— Não me digas que queres que eu o mate? [ ]
Ela disse não, três vezes; mas os seus olhos diziam sim,
os seus olhos de mulher enamorada, toda entregue
à crueldade inexorável da sua paixão.»
————
«Matar esse homem, meu Deus! tinha porventura esse direito?
Quando uma mosca o importunava, ele esmagava-a com uma palmada. [ ] Mas aquele homem, um seu semelhante!
Teve de recomeçar todo o seu raciocínio para provar
a si próprio o direito de assassinar, o direito dos fortes
a quem os fracos incomodam, e que os destroem.»
————
«Era ele, agora, que a mulher do outro amava,
e ela própria queria ser livre para desposá-lo,
para lhe entregar a sua fortuna.
Tudo o que ele fazia era simplesmente afastar o obstáculo.
[ ] visto que essa era a lei da vida, devia obedecer-lhe,
deixando de lado os escrúpulos que tinham sido
inventados mais tarde para permitir
a vida em sociedade.»
op.cit., pp. 217;219.
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