«Deixem-nos sós, sem livros, e ficaremos perdidos, abandonados,
não saberemos a que nos agarrar, o que seguir;
que amar, que odiar, que respeitar, que desprezar?
Mesmo sermos homens nos pesa
- homens com um corpo real, nosso, com sangue;
temos vergonha disso, tomamo-lo por uma nódoa
e procuramos ser uma espécie de
homens globais fantasmáticos.
Somos todos nado-mortos,
desde há muito tempo,
e os pais que nos engendram,
são também mortos,
e tudo isso nos agrada cada vez mais. Tomamos-lhe o gosto.
Em breve inventaremos o meio de nascermos de uma ideia.
Mas basta;
não me apetece mais escrever «do fundo do subterrâneo»...»
Dostoiévski
9 comentários:
Boa noite :)
É dos "Cadernos do Subterrâneo"? São textos impressionantes! Aliás, como todo o Dostoievski...
:) Sim, todo o Dostoiévski é um imprevisto sobressalto!
O trecho dos "Cadernos", impressionante.
No presente, é de flagrante actualidade aquela frase final: «Em breve inventaremos o meio de nascermos de uma ideia.»
Já viste que com a televisão, a net, a imprensa, a propaganda, isso está quase a acontecer, a progressiva "formatação", sem surpresas nem diferenças, do espírito de cada um!?...
Mas que boa tertúlia aqui vai!
Afinal, ainda há "resistentes! :))
E claro, D. é sempre bom!
:))
Mas que boa tertúlia aqui vai!
Afinal, ainda há "resistentes! :))
E claro, D. é sempre bom!
:))
:)! mdsol=cristina!? Será? Surpreende-me. Mas só falei de 'resistência' numa resposta a uma cristina, num blog... :) Mas sim, Dostoiévski é uma subversão permanente de cada mutável estado de alma; dizem até que os portugueses lembram os russos ou vice-versa.
abraço,
Vasco
Canta, poeta, canta!
Violenta o silêncio conformado.
Cega com outra luz a luz do dia.
Desassossega o mundo sossegado
Ensina a cada alma a sua rebeldia.
Miguel Torga.
:)
Belos versos, luazul. :)
Todo o Torga, na verdade.
ab.,
v.
Vasco,
já comecei a pôr videos - música - no YouTube. Algumas podem soar um pouco estranhas para os puristas. Eu gosto. Quando quiseres vai lá espreitar. Procura pelo user name - aluaflutua - pois é a melhor forma de encontrar tudo de uma vez.
:)
Fui ver.
Boa ideia, juntar as tuas músicas num endereço. Até já tinha pensado agregar várias das tuas escolhas num post aqui do blog.
Belo, o Coliseu do Porto!
René Aubry lembra-me um satélite de Júpiter e a Odisseia no Espaço, pela sucessão das cores... do novelo de lã? :)
Parabéns,
V.
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